O trabalho com populações especiais

Por populações especiais consideram-se entre outras as seguintes: hipertensos, obesos, diabéticos, crianças, pessoas com problemas na zona lombar, doentes coronários, osteoartríticos e grávidas. Estes grandes grupos aparecem com certa frequência nos ginásios e têm um problema já diagnosticado que os pode limitar na execução de alguns exercícios, impedir a execução de outros e por vezes exigir o aumento da frequência de certos movimentos.

Uma boa triagem e estratificação inicial dos riscos são fundamentais para organizar os vários tipos de alunos que aparecem com vontade de efectuar actividade física. Para isso é necessário verificar a existência ou não de factores de risco para as doenças coronárias e depois classificar os alunos nas 3 categorias de risco:

  1. Aparentemente Saudáveis: indivíduos que são assintomáticos e aparentemente saudáveis com não mais do que um factor de risco coronário
  2. Risco Aumentado: indivíduos que têm sinais e sintomas que sugerem uma possível doença cardiopulmonar ou metabólica e/ou dois ou mais factores de risco coronário
  3. Doença Diagnosticada: indivíduos com uma doença cardíaca ou pulmonar diagnosticada

Após esta classificação, temos de efectuar um trabalho de prevenção com os do segundo e os do terceiro grupo, como é o caso das populações especiais. Isso significa na maioria dos casos um trabalho com uma intensidade abaixo dos 60% da frequência cardíaca máxima (Frequência Cardíaca Máxima = 220-Idade), uma vez que esta é a intensidade com que os alunos efectuam as actividades do seu dia a dia.

Para muitos destes indivíduos, continuar inactivo, significa continuar a engordar e a atrofiar os músculos, com todas as implicações colocadas por essa situação. Como tal, convém sempre que possível evitar uma paragem total (ser sedentário não ajuda), o professor tem de procurar deixar o aluno à vontade, criar uma relação aberta de forma que este refira qualquer sensação indesejada ou fora do comum.

O médico deverá então procurar indicar movimentos proibidos ou aconselhados e deverá propor a intensidade a que o seu paciente pode exercitar-se. Mas isso não significa que deva ser o médico ele a efectuar a prescrição do exercício, mas sim, indicar limitações em termos de movimentos anatómicos, limitações em termos de amplitude articular e recomendar frequências cardíacas, cuidados alimentares, bem como alguns cuidados a nível de motivação e tipo de liderança do exercício para o seu paciente.

Muitas das vezes, é possível que o professor escreva o conteúdo e intensidade do treino, para que o aluno leve ao médico e este tome conhecimento, retirando ou acrescentando algo, autorizando ou não parte ou a totalidade do programa de treino escrito. Isto sem contar com outros factores como o equipamento que vai ser utilizado, o espaço e com quem vai ser efectuado o programa de treino.

Outra recomendação importante para as populações especiais é saber se elas têm conhecimento dos procedimentos de emergência inerentes ao tipo de doença que padecem.

E, como em todo o processo de treino levado a cabo por um bom professor, é importante que, sempre que nos deparamos com uma situação nova, procuremos informação sobre ela, para dar uma melhor resposta ao segundo encontro. Com o aluno podemos não saber muita coisa quando nos aparece um hipertenso, mas um trabalho de prevenção efectuado como anteriormente se referiu a 40 a 60% da frequência cardíaca máxima, um bom estudo da doença através da leitura e do contacto com profissionais que dominem a área, vai permitir num segundo e terceiro encontro com o aluno, dar uma resposta segura e profissional.

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