Segundo Richard Bandler (2013) a Programação Neuro-Linguística – PNL modela sucesso. Na PNL encontramos a estrutura do processamento inconsciente da informação, tornando-a compreensível para as pessoas o autor refere ainda que: quem estuda PNL, estuda os processos inconscientes pelos quais as pessoas obtêm sucesso.
Com a PNL, mudamos a forma como pensamos, sentimos e nos comportamos. Bandler, Alessio e Fitzpatrick (2013) referem sobre os primórdios da PNL que Bandler e John Grinder, procuravam pessoas que tivessem feito algo de forma bem sucedida e descobriam o processo inconsciente que essas pessoas tinham usado. Criaram assim um modelo de comunicação interpessoal principalmente preocupado com a relação entre os padrões de comportamento de sucesso e as experiências subjetivas (ex: padrões de pensamento) subjacentes. Um sistema baseado numa terapia alternativa que procura educar as pessoas em termos de autoconsciência e comunicação eficaz para mudar os seus padrões mentais e comportamento emocional.
A PNL não é uma terapia. Mas tal como a meditação, é aplicada de forma experiencial. As pessoas que a aplicam, acabaram criando uma espécie de crenças, de princípios orientadores. Permitem compreender melhor a comunicação e podem ser úteis para a intervenção também do treinador:
- para a PNL, a resistência num cliente, é sinal de falta de rapport (não existem clientes resistentes, apenas comunicadores inflexíveis);
- as pessoas não são o seu comportamento (aceita a pessoa; ajuda-a a mudar o comportamento);
- toda a gente está a fazer o melhor que pode com os recursos disponíveis (comportamento é gerado para adaptação e o comportamento atual é a melhor escolha disponível. Todo o comportamento é motivado por uma intenção positiva);
- a informação mais importante de uma pessoa é o seu comportamento;
- tu estás no comando da tua mente e por isso comandas os teus resultados;
- as pessoas têm todos os recursos que necessitam para conseguir os resultados pretendidos; não há pessoas sem recursos, apenas estados sem recursos;
- todos os procedimentos deverão incrementar o todo;
- o mapa não é o território (captamos a informação do que se passa à nossa volta com os 5 sentidos, por isso cada um cria um modelo da realidade que não é a realidade);
- todo o comportamento é sustentado por uma intenção positiva (mesmo aqueles muito negativos, terão uma intenção positiva por trás);
- não se pode deixar de comunicar (não podemos parar os pensamentos e não podemos impedir que os outros interpretem a nossa postura e os nossos gestos);
- não somos os nossos comportamentos (identidade e comportamento, são coisas diferentes; as pessoas não são o seu comportamento);
- corpo e mente agem um com o outro (estão sempre interligados: mudanças no corpo, interferem com os nossos pensamentos e as imagens na nossa mente, podem mudar a nossa postura e a forma como nos movimentamos; alterações na fisiologia e alterações nos pensamentos, mudam o nosso estado);
- é possível replicar o desempenho de outros (uma das primeiras formas de aprendizagem do ser humano é a modelagem do comportamento dos outros, por isso é normal adquirirmos gestos, linguagem e outros hábitos das pessoas com quem passamos mais tempo: os nossos pais, amigos, colegas de trabalho e familiares);
- a essência do que nós comunicamos está na resposta que obtemos (como estamos sempre a comunicar, a comunicação é aquilo que obtemos dela; muitas vezes, olhamos para uma pessoa e ficamos com uma impressão negativa sem ela fazer ou dizer nada; por isso é importante avaliar a forma como a mensagem é interpretada, perceber o feedback para ajustar a nossa comunicação ao modelo do interlocutor);
- quanto mais escolhas temos, melhor (ter 2 ou 3 opções, é melhor do que não ter nenhuma; a missão como treinador vai passar também por mostrar caminhos);
- qualquer pessoa, possui todos os recursos para obter o que quer (os recursos para alcançar aquilo que pretendemos, estão dentro de nós, até porque, quem executa somos nós e no desporto, ninguém pode fazer agachamentos por nós e sermos nós a obter os benefícios; temos por isso de ajudar as pessoas a descobrirem esses recursos);
- o fracasso não existe, há apenas feedback (uma das características dos desportistas de sucesso é o hábito de interpretarem os resultados como feedback; quando se obtém um resultado diferente do pretendido, considera-se que é apenas um resultado para fazer diferente, a fim de obter resultados diferentes);
- o sistema/pessoa com mais flexibilidade de comportamento irá controlar o sistema;
- se não alcançar o seu objetivo com um comportamento, altere esse comportamento (uma das bases da PNL é a flexibilidade).
Embora a PNL não seja uma ciência, possui algumas técnicas cognitivas e psicossomáticas, que nos podem ajudar a melhorar o auto-diálogo, mudar o foco e melhorar as relações interpessoais.